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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Campos de Tensões

No início, a arte da construção consistia, essencialmente, em elevar algo...
... cedo se tornou a capacidade de transformar a natureza em benefício da humanidade.
Fabulosas as estruturas que se construíam apenas com conhecimentos empíricos e um profundo entendimento do caminho da cargas. Esta linha de pensamento é a base para qualquer engenheiro de estruturas e mantém-se, actualmente, como uma ferramenta para as recentes técnicas de dimensionamento e análise de estruturas. O rápido e recente desenvolvimento dos meios informáticos permitiu que os modelos numéricos fossem extensivamente aplicados nos processos de análise e, é tentador pensar, que uma boa análise depende apenas das capacidades computacionais, do refinamento da malha e da definição, com um rigor praticamente ilimitado, das características dos materiais. Uma análise não se restringe apenas a um número incontável de cálculos e de verificações! É essencial uma boa concepção e a compreensão do comportamento global da estrutura. Os modelos de campos de tensões são uma ferramenta que permite recuperar o conceito da compreensão do caminho das cargas, tratando de forma consistente e uniforme todas as regiões de betão estrutural. As principais vantagens são:
- é um método gráfico, permitindo a visualização do caminho das cargas e uma compreensão, sem precedentes, do comportamento estrutural (antes de se efectuar qualquer tipo de análise);
- sendo estabelecida em termos de condições de equilíbrio e de acordo com o teoria da plasticidade, em particular o teorema estático, conduz a que carga última de dimensionamento seja um minorante da carga de colapso;
- as zonas correntes e de descontinuidade são tratadas consistentemente e, essencialmente, com o mesmo rigor. De facto, a abordagem de dimensionamento, nos mais recentes documentos técnicos e normativos, para o esforço transverso, torção, ligação banzo/alma e outros, baseiam-se inteiramente nesta técnica;
- tem em consideração o betão após a fendilhação e o papel fundamental da pormenorização no processo de dimensionamento, permitindo a determinação das quantidades e distribuições de armaduras assim com a definição das zonas dos nós, para a verificação dos comprimentos de amarração e dimensões dos apoios.
Apesar das reconhecidas vantagens e dos esforços para a divulgação do método, a aplicação prática dos modelos de campos de tensões não se encontra totalmente generalizada. De facto, diferentes engenheiros poderão elaborar diferentes modelos de análise e consequentemente obter quantidades e distribuições de armaduras distintas para a mesma região. Este facto, embora pareça, não é propriamente um inconveniente: é importante relembrar que durante a concepção de uma solução estrutural para uma determinada obra, são estudadas diversas soluções, e todas válidas...

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